Já que o Halloween está chegando, a Tripsz decidiu fazer um artigo especial para você que curte sustos e filmes de terror. Por aqui, você já sabe que a nossa grande paixão é viajar, mas sabia que é possível unir turismo e histórias assustadoras conhecendo alguns lugares assombrados pelo Brasil?
Pensando nisso, separamos algumas lendas urbanas que, verdadeiras ou não, vão deixar o seu imaginário ainda mais aflorado nesta época do ano.
Paranapiacaba (SP)
Paranapiacaba é um distrito que fica em Santo André, pertinho da Serra do Mar. O local começou a ser habitado no final do século 19 por trabalhadores da ferrovia, principalmente ingleses, o que influenciou bastante nas construções. Unindo isso ao fato de possuir um ar misterioso e neblina frequente, o destino recebeu o apelido de Vila Inglesa.
A vila é tão soturna e enigmática que não demorou muito para surgirem lendas assustadoras. A fama é tanta que uma série de terror da HBO Max (Vale dos Esquecidos) chegou a gravar cenas no local.
Tanto os moradores quanto os turistas já alegaram terem visto um trem fantasma saindo de um túnel e lamentos de trabalhadores que morreram em acidentes durante a construção da rodovia.
A “Lenda do Véu da Noiva” é uma das mais conhecidas e explica a famosa neblina da cidade. A filha do engenheiro chefe responsável pela construção das ferrovias se apaixonou por um operário, mas foi impedida de casar. O pai trancou o noivo em um vagão de trem sentido à baixada enquanto a noiva já estava pronta para a cerimônia, com um belo vestido e um véu enorme. Ao saber do ocorrido, ela correu atrás do seu amado, chorando e caindo diversas vezes nos trilhos, até perder o equilíbrio e despencar no abismo. Segundo a lenda, o corpo nunca foi encontrado e a névoa que cobre a cidade seria sua alma com seu véu esvoaçante.
Outra história bem popular acontece em um ponto turístico muito visitado: o Museu Castelinho. Muitas pessoas alegam ter ouvido sons estranhos e vultos ao passear pelo local. Os barulhos remetem a uma criança brincando com uma bola no chão, passos de alguém andando ou, até mesmo, vozes dentro da parede.
Essas são apenas duas histórias entre as dezenas que compõem o imaginário da Vila de Paranapiacaba. Vale muito a pena conhecer esse destino cheio de atrações, especialmente em Maio, quando ocorre a Convenção de Bruxas e Magos. Bem místico, né?
Presídio do Ahú – Curitiba (PR)
Inicialmente, a construção tinha o intuito de ser a primeira penitenciária do Paraná, mas o plano não deu muito certo e o espaço foi cedido para o Asilo de Alienados Nossa Senhora da Luz, uma espécie de hospital para “alienados” no começo dos anos 1900.
O hospital funcionou por pouco tempo e o Estado acabou assumindo o espaço. Uma reforma foi concluída em 1908 e, no ano seguinte, os primeiros detentos chegaram.
Muitos ex-agentes penitenciários do local afirmaram que ninguém gostava de trabalhar em determinados pontos do presídio por conta de barulhos estranhos e que já viram vultos nos corredores.
Uma das lendas mais famosas é a do Palhaço Assassino que assombrava os presos que haviam cometido crimes de violência contra a mulher. Quando essa história surgiu na década de 70, realmente havia um homem cumprindo pena por atacar mulheres, ele usava roupas de circo e utilizava uma serra elétrica.
Desativado em 2006, o “presídio” agora é sede do Fórum Criminal e dos Juízos Especiais do Centro Judiciário de Curitiba.
Castelinho do Flamengo – Rio de Janeiro (RJ)
O prédio que, atualmente, abriga o Centro Cultural Oduvaldo Vianna Filho no bairro do Flamengo, é uma construção do século 20 com muita história para contar.
Popularmente conhecido como Castelinho do Flamengo e projetado pelo arquiteto Gino Copede em 1916, a construção levou dois anos para ser concluída. A partir desse momento, um comendador e sua esposa mudaram-se para lá e, em 1932, o imigrante português Avelino Fernandes, sua esposa Rosalina Feu Fernandes e sua filha Maria de Lourdes passaram a morar no local.
E é com essa família que o mistério começa, pois existem relatos de que o casal morreu atropelado por um bonde em frente ao Castelinho e a filha teria visto toda a cena. Com isso, ela passou a ser criada por um tutor que a tratou muito mal durante toda a sua vida e roubou seus bens. Além disso, ele a teria deixado presa na principal torre do imóvel.
Apesar de não haver indícios, muitos acreditam que Maria de Lourdes teria cometido suícidio e, desde então, assombra o Castelinho em busca de vingança. Após a sua morte, a construção foi ocupada ilegalmente por um período e muitas pessoas relatavam ouvir barulhos estranhos. Alguns viam aparições e até sentiam toques em seus corpos durante a noite.
Já que, desde 1992, o local passou a ser um Centro Cultural com oficinas, programação musical, debates culturais e apresentações, você pode reservar um momento na sua visita pela cidade carioca e conhecer essa construção icônica e cheia de mistérios.
Mina da Passagem – Mariana (MG)
Minas Gerais é um estado com muitos lugares assombrados, mas vamos focar na Mina da Passagem que, como o próprio nome diz, é uma mina subterrânea de ouro e é uma das maiores da região. O nome “da Passagem” é por causa de seus túneis que chegam ao mesmo subsolo de Mariana e Ouro Preto.
Desde sua fundação até o início do século 18, exploradores (principalmente ingleses) retiraram cerca de 35 toneladas de ouro da mina. Durante esse período, muitos escravos e bandeirantes acabaram morrendo no local.
Muitos poços dentro da mina eram tão estreitos que só um corpo pequeno seria capaz de passar. Sendo assim, os exploradores levavam filhos de escravos até esses poços e os mesmos transportavam o ouro em bolsas de couro, originando a expressão “Meninos de Couro”. Muito minério foi adquirido através desse processo e, segundo a lenda, muitos meninos ainda estão no fundo desses poços.
Outra lenda da Mina da Passagem, provavelmente a mais famosa, é a do Capitão Jack, que possui duas origens diferentes. A primeira é sobre Thomas Treloar, um inglês que era capitão na Mina e muito apaixonado por sua esposa Alarina, falecida em 1867. Houve um ritual religioso em seu funeral conhecido como “Batismo para os mortos”, no qual Thomas precisou realizar um percurso montado em um cavalo até chegar na Passagem de Mariana. Ele nunca se recuperou dessa perda e voltou para a Inglaterra, onde morreu em 1880, mas seu coração e espírito ficaram em Mariana com a sua esposa.
Atualmente, empresas credenciadas promovem mergulho dentro da Mina da Passagem e, até hoje, é possível encontrar algumas das ferramentas utilizadas durante a exploração do ouro em seu interior.
Bônus: Hora do Horror – Hopi Hari
Para finalizar nossa lista de lugares assombrados, que tal conhecer um que não é exatamente mal assombrado, mas está cheio de sustos e diversão?
A Hora do Horror do Hopi Hari talvez seja a temporada mais famosa do parque e, certamente, é a mais assustadora. Não só é possível aproveitar os brinquedos, como também atrações de horror com temas que variam a cada ano.
Em 2022, por exemplo, o tema é “Alcatraz: rebelião das almas”. Alcatraz foi uma prisão localizada em uma ilha homônima na Califórnia (EUA), que funcionou entre 1934 e 1963 e recebeu muitos criminosos, como Al Capone. Agora, imagine o seguinte cenário: a prisão foi amaldiçoada e todos os maus espíritos ficaram presos para atormentar qualquer um que pisasse ali, incluindo você.
Depois de conhecer tantos lugares com lendas horripilantes, nada mal incluir um pouco de diversão nesse roteiro, não é mesmo?
Por fim, quer saber se esses lugares são assombrados de verdade? Só tem um jeito de descobrir…
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